sábado, 8 de dezembro de 2012

VAMOS FALAR SOBRE CULTURA?


CULTURA E ARTE POR TODA PARTE!

A idéia de que cultura é apenas uma expressão ligada à arte e seus expoentes como a música, as artes cênicas, ao artesanato e somente isto, está totalmente errada.
A cultura é toda a representatividade e simbolismo que rodeiam nossas vidas, balizam nosso modo de agir e de pensar, nossas idéias de transformação e de crescimento em meio a um mundo cuja civilização é a soma de todos os fatores culturais absorvidos pela humanidade na sua trajetória social e histórica.

Que me desculpe Jean-Luc Godard, mas terei que adaptar sua declaração "Cultura é Regra, Arte é Excessão", farei isto por pura necessidade de ser otimista perante nosso cenário atual, por isso vos digo: "Cultura é Regra, Arte é Expressão!"

O neoevolucionismo cultural vem aproximando os povos através das novas formas de interação entre as diferentes culturas das etnias e dos povos, promovendo a diversidade cultural e a transversalidade das idéias para valorização das culturas e do próprio homem livre de preconceitos e alienação moral, resgatando as tradições e expressões culturais de diferentes povos. 

Os povos, mais especificamente em nossa região, expressaram a sua arte ao longo do tempo através de sua literatura, da arquitetura, gastronomia, das peças teatrais, das artes plásticas, do artesanato indígena e de seus colonizadores, através da dança e da história contada por seus cacetinhos, bois-bumbás, do carnaval, das cirandas, das quadrilhas caipiras, das apresentação das tribos indígenas, africanas e européias quem misturam música, dança e teatro para apresentar sua história, entre tantas outras formas de expressões artísticas que remontam nossas influências culturais.

A cultura é todo o conjunto de costumes, pensamentos, normas e ações sociais, expressões culturais como o modo de vestir, acentuado com a revolução industrial e o modo de produção capitalista que implantou na economia dos povos um novo estilo de vida, o consumo das manufaturas e um sistema de mercado neoliberal em que o coletivo deixa de existir em termos de bem estar social para se criar um modelo individualista que tem a omissão do estado como parceiro da burguesia. Ou seja, criam-se novos modelos e façam com que sejam seguidos.

Não adianta ficar de boca aberta, mas isso é cultura, sim...

É a cultura moderna, contemporânea que nos obriga a exercer a nossa cidadania para que possamos viver bem em sociedade, reconhecendo o direito dos outros e nossos limites; sendo transparentes e transversais em nossas opiniões e nossas ações como cidadãos e sujeito social que age de acordo com os padrões pré-definidos.
Em sumo: Cultura é a humildade para aceitar regras e a liberdade para defendê-las no seio social.

É inegável que o processo evolutivo de nossa sociedade moderna está a todo vapor, ainda mais se analisarmos que somos completamente dependentes dos mais diversos tipos de adventos tecnológicos que fazem com esta "troca" de culturas e experiências seja um acontecimento completamente natural.

Mas será que isso é bom?
Será que isso não fará com que minhas raízes sejam esquecidas ou modificadas ao ponto de ficarem quase que irreconhecíveis?
Será que toda essa miscigenação de idéias é realmente salutar?

Eis que nos deparamos com o termo: "EVOLUÇÃO DO SER".
Quando isto acontece, toda sociedade evoluiu junto. Neste processo evolutivo, acontece a grande possibilidade de se fazer a integração do ser social em um novo tempo e espaço. Abre-se ainda mais a capacidade de poder tirar de circulação tudo aquilo que não for realmente proveitoso.

Esta evolução deve ser encarada como um fenômeno social inevitável e a antropologia explica isso de forma muito simples. Na primeira definição de cultura, feita por um cientista social, o antropólogo londrino, Edward Tylor (1832 / 1917), de forma sucinta nos passa que "cultura" pode ser objeto de um estudo sistemático por se tratar de um fenômeno natural que possui causas e regularidades que permitem um estudo objetivo e uma análise capaz de proporcionar a formulação de leis sobre o processo cultural e evolutivo da humanidade.

Tudo bem! Mas e agora?

Sim! "Evoluímos"...

Mas ainda assim, acho que "Assaltaram a gramática, assassinaram a lógica..." Como dizia Os Paralamas do Sucesso. Está difícil fazer cultura neste país, nestes trópicos com tanta gente sem saber nadar por esses mares, nessas águas cálidas pela calmaria e os passos lentos de tartaruga frente a tantos problemas que a cultura enfrenta em nosso dia-a-dia.

Dezenas, centenas, milhares de problemas de ordem sociocultural na relação de seus atores com a dialética e a ignorância dos envolvidos, sempre voltados para os interesses pessoais, de "grupos" e jamais do inconsciente coletivo.
O que mais tem acontecido por aqui em nossa cidade, é que a cultura está limitada à realização de eventos, ou produções mirabolantes com grandes investimentos e grandes somas de dinheiro envolvidos neste processo ERRADO de levar a cultura aos cidadãos.

Ok! Eventos para "a massa" devem ser realizados! 

CONCORDO! Mas depois que a cozinha estiver arrumada, políticas públicas efetivamente instituídas e com bons projetos em andamento. 

Alguns outros acreditam que fazer cultura, é simplesmente lutar por seus interesses, seus projetos ou da sua classe, acreitam que é lutar em prol de um movimento cultural, de um grupo ou de uma idéia, mas sem querer desapontar ninguém, quero deixar um recadinho: "Sem organização, consenso e compromisso, não se chega em lugar algum!"

Mais uma vez, vos digo: "Cultura é Regra, Arte é Expressão".

Então, se cultura é regra, é de todos, da coletividade, da comunidade e deve ser feita pela sociedade e para ela de uma forma ampla. Não há mais espaço em nossos dias para pensarmos a cultura apenas como sendo arte, como sendo deste ou daquele movimento seja este de resgate, de preservação ou difusão.

Devemos pensar na cultura de forma transversal no seu envolvimento com outros seguimentos como a educação, a saúde, o turismo, o esporte, a assistência social, tudo isso de uma forma antropológica, inserindo o ser humano em todas as vertentes de vida e sem preconceitos, e sem ressalvas, mas aberto a todas as formas de cultura proporcionadas pela transversalidade.

Vivemos um grande momento cultural no mundo e depende exclusivamente de nós viver esse crescimento da cultura no contexto mundial aqui em nossa cidade.

Na verdade, o que realmente nos falta em Manaus, é a instauração de um forte movimento, onde a coletividade se envolva de corpo e alma na elaboração, instauração e gestão de políticas públicas voltadas para a Cultura.

Este movimento tem tudo e certamente será um braço para dar uma gigantesca contribuição na evolução de nossa sociedade. Existe uma banalidade exacerbada nesta "nossa" (não minha) neo-cultura, muitos a comparam (eu sou um deles) como um câncer malígno prestes a sepultar tudo aquilo que gerações anteriores à nossa, lutaram para manter vivas, e hoje, tantos outros tentam oferecer coisas boas com suas obras, mas sentem-se desmotivados e prestes a desistir desta missão pela simples falta de apoio e reconhecimento.

Tenho dito: Temos como mudar isso!

Depende apenas de nós mesmo!

Bom dia a todos!

Semana que vem começamos a falar sobre políticas púlblicas voltadas à Cultura.

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